Desde a madrugada de segunda-feira (04/02) meu coração está um pouco menor. Demorei alguns dias pra me encorajar e abrir o "face", e-mail, site. A dor que arde no peito é incontrolável, quase constante. E a cada pensamento busco entender... mas não há como entender algo que não se explica.
Há uns três anos, mais ou menos, conheci esse cara determinado, lutador, persistente, talentoso, simpático, alegre, brincalhão e mais tantos outros adjetivos que, se eu fosse listar iria até amanhã escrevendo. Pois então, esse cara foi conquistando a todos, devagarinho... me lembro, a uma certa altura, praticamente morando em Porto Alegre, ele quis sair do Quero-Quero alegando muita saudade da família, de casa. Essa é mais uma das qualidades que sempre engrandeciam o Fernando: ele é um cara família. Conversamos muito e ele resolveu ficar no Quero-Quero morando em Agrolândia, sua raiz. A confiança mútua foi crescendo e ele evoluindo muito como profissional. Eu, confesso, sou orgulhoso por ter insistido tanto pra ele ficar. Convivemos por quase 3 anos como se fossem 20. Brincamos, rimos, discutimos, cantamos, bebemos, trabalhamos... e ele fazia tudo 100%.
Esse cara conquistou minha família, passava dias enchendo minha casa de alegria com sua presença, divertindo minhas filhas, fazendo piada com tudo, sempre educado com todos... e deixava um vazio, um silêncio quando ia embora... mas a gente sabia que ia se encontrar de novo, que ele voltaria aqui e faria todo mundo rir com as brincadeiras.
Agora o vazio é um buraco negro, o silêncio é gritante.
A ida prematura do Fernando pra um Plano Superior nos deixa com uma ferida que vai demorar pra cicatrizar. Mas é assim né?!? Os Espíritos mais evoluídos cumprem sua missão rapidamente e partem. É isso, né?!? Eu preciso começar a entender melhor isso, pois já perdi pessoas próximas e jovens demais... e isso é uma estocada, vai me matando também.
Peço a Deus que ajude-nos a compreender, que conforte os corações dos amigos e principalmente da família do Fernando. Todos precisam de um conforto, de um abraço.
Uma partida inesperada como esta me faz refletir, minimizar e passar por cima de possíveis diferenças que tenho com pessoas importantes na minha vida. Por coisas insignificantes diante da vida, às vezes perdemos oportunidade de dizer a um amigo o quanto ele é importante pra nós, o quanto nós gostamos dele... já perdi muito tempo. Felizmente pude dizer isto pro Fernando em algumas oportunidades.
E, como muito bem disse o Tavico, a partir de agora quero ficar com aquela lembrança do Fernando que conheci. Ele não deve estar gostando de nos ver assim, tristes, chorões, desanimados... Vamos viver com a alegria que o Fernando nos ensinou, com a vitalidade, com a perseverança, com a sinceridade, com o companheirismo... vamos viver a nossa música, por ele.
Obrigado Fernando Lima!